domingo, 22 de janeiro de 2012

Passeio#10 - Mussulo

O dia começou mal. Houve confusão inesperada com o carro e a ideia inicial depressa morreu. Mas depressa também encontrámos uma alternativa - o Mussulo. A ilha com maré cheia, península com maré vazia, era dos últimos senão o último dos locais a visitar das províncias de Luanda e do Bengo que ficam nas redondezas.

Apanhámos o barco no porto antes de Benfica que nos custou 1000Kwz para ir e voltar até lá. O Mussulo é um lugar bastante afamado devido à sua beleza natural, localização e ser especialmente um local onde a civilização ainda não penetrou em força. Por um lado é bom, por outro não tanto assim. Explica-se facilmente. À chegada, a vista é lindíssima, parecia-me o Brasil. Coqueiros, restaurantes com bar e música boa, areia branca, muitos barcos de recreio e de pesca, casas muito bonitas, enfim, parecia-me de facto algo diferente. Resolvi, pois é daquelas coisas que se tem que fazer uma vez, ir até ao outro lado da ilha, ou seja até ao lado do Oceano. Ainda é longe, cerca de 1Km. Tudo o que se vê retrata a falta de civilização que aqui sim deveria ter chegado. Casas certamente ilegais, construção aleatória, não há ruas, não há saneamento, não há organização, na verdade, não há nada. Só areia e casas que nasceram das pessoas que devem ali viver. Até há casas governamentais, de limpeza do lixo ou ministérios que deverão assegurar alguma organização da ilha, mas fica aquém do esperado. Chegado ao outro lado da ilha, tudo selvagem. O mar é bastante forte e não dá para um banho relaxado. Para quando uma estrada alcatroada e arruamentos como deve de ser? Algo assim parecido com o que existe em Cancún, por exemplo?

Enfim, foi um dia bem passado. Deu para relaxar. Pelo ambiente e pela falta de opções mais agradáveis, o Mussulo é uma boa opção para quem quer passar o fim-de-semana ou o dia fora. A água do lado estuário (vou chamar-lhe assim) é mais fria e está cheia de algas e algum lixo. Creio que para quem tenha uma moto de água, barco de recreio, uma canoa até, a experiência seja muito melhor. Para explorar a terra, pede-se uma moto 4. O dia teve para mim outro episódio triste. Uma gotícula de água salgada entrou-me para dentro da lente da máquina fotográfica e receio bem que o seu fim esteja próximo. Já tem 6 anos. Por sorte, ainda se consegue fazer fotografias sem se ver a mancha do sal, mas perdeu-se o zoom...

1 comentário:

Domingos Silva disse...
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